
A despeito de o Canindé ser a casa da Portuguesa, a festa foi da torcida do São Paulo. Maioria no estádio rival, os torcedores tricolores chegaram a ficar em silêncio no segundo tempo, quando os anfitriões empataram. Contudo, um gol de Zé Luis restabeleceu a euforia, garantiu a vitória por 3 a 2 e manteve a equipe do Morumbi na liderança do Campeonato Brasileiro.Sem poder contar com Hugo, principal meia da equipe, que estava suspenso, o São Paulo precisou recorrer a outros artifícios para não perder volume de jogo no setor ofensivo. A equipe do Morumbi plantou o volante Zé Luis, liberou Jean e Hernanes e aproveitou a presença de tantos atletas com potencial de marcação para dar liberdade aos alas Joilson e Jorge Wagner.O uso excessivo das laterais ficou ainda mais evidente no primeiro tempo. A Portuguesa, que não pôde escalar o lateral-direito Patrício, suspenso, montou um revezamento entre o volante Gavilán e o meia Preto no setor. A idéia era aproveitar os avanços de Jorge Wagner, mas foi o camisa 7 do São Paulo que aproveitou essa configuração tática para participar muito da partida na etapa inicial.Com muitas descidas pelas laterais, o São Paulo começou a ser parado com faltas. Foram cinco infrações laterais nos dez primeiros minutos, e Borges aproveitou uma delas, cobrada por Jorge Wagner, para abrir o placar no Canindé. Gottardi foi atrapalhado por Borges, aos 8min, e não conseguiu cortar um cruzamento da direita. Ao contrário, ofereceu a bola ao atacante tricolor, que só teve o trabalho de empurrar para as redes.O gol no início possibilitou ao São Paulo aproveitar outra característica de seu meio-campo. Sem um meia, o time tricolor conseguiu recuar a linha de marcação e acelerar a transição entre defesa e ataque. Sazonalmente, um dos homens do setor - sobretudo Hernanes - apertava a saída de bola da Portuguesa, que tinha muita dificuldade para alimentar seus armadores.O problema é que essa mudança de postura da linha de marcação do São Paulo deu espaço à Portuguesa. Preto começou a participar mais do jogo, e com isso obrigou Zé Luis a se movimentar para o lado do campo. Jonas aproveitou que os volantes tricolores atuavam abertos, recebeu passe no meio e empatou o jogo aos 42min.Contudo, se o São Paulo não era brilhante ou não dominava amplamente a partida, os visitantes contavam com Borges. Antes do intervalo, ele tabelou com Dagoberto, aproveitou o buraco criado pela ausência de um lateral-direito na Portuguesa, invadiu a área e chutou forte para vencer Gottardi novamente.Os espaços deixados pela ausência de um lateral no primeiro tempo fizeram Estevam Soares colocar Wilton Goiano, que é da posição, durante o intervalo. A presença do jogador modificou a postura da Portuguesa, que passou a ter mais posse de bola e cresceu.Animado com o domínio no segundo tempo, Estevam jogou sua equipe ainda mais para cima. Para isso, tirou o zagueiro Halisson, montou uma linha de quatro defensores e colocou em campo o meia Heverton. Atuando às costas de Jorge Wagner, ele conseguiu o que a equipe rubro-verde não fez em todo o primeiro tempo, usou o espaço deixado pelo ala e cruzou para Jonas empatar novamente a partida aos 27min.PORTUGUESAGottardi; Halisson (Heverton), Bruno Rodrigo e Érick; Preto, Gavilán (Wilton Goiano), Rai, Fellype Gabriel (Aderaldo) e Athirson; Edno e JonasTécnico: Estevam SoaresSÃO PAULORogério Ceni; Rodrigo, André Dias e Miranda; Joilson (Éder Luís), Zé Luis, Jean, Hernanes e Jorge Wagner; Dagoberto (Richarlyson) e BorgesTécnico: Muricy RamalhoLocal: estádio do Canindé, em São Paulo (SP)Árbitro: Wilson Luiz Seneme (SP)Auxiliares: Ednilson Corona e Emerson Augusto de Carvalho (ambos Fifa-SP)Público: 19.744 torcedoresRenda: R$ 507.680,00Cartões amarelos: Bruno Rodrigo (P), Gavilán (P), Jonas (P), André Dias (SP), Wilton Goiano (P), Heverton (P)Gols: Borges, aos 8min; Jonas, aos 42min do primeiro tempo; Jonas, aos 27min; Zé Luis, aos 42min do segundo tempo
Fonte: Uol